Enviado por Adalberto Muller em seg, 14/10/2013 - 10:15 Poesia ao vivo é um projeto idealizado pelo professor e pesquisador de literatura José Luis Jobim, e realizado pela equipe do LIS. O objetivoo do Poesia ao vivo é reunir entrevistas aos mais importantes...


Antonio Carlos Secchin
Enviado por Adalberto Muller em qui, 28/11/2013 - 14:40 POESIA AO VIVO Se logue para poder enviar comentários
Lêdo Ivo
Enviado por Adalberto Muller em qui, 12/12/2013 - 14:13 POESIA AO VIVO Se logue para poder enviar comentários
Mesa-redonda sobre Oswald de Andrade
Enviado por Adalberto Muller em qua, 27/11/2013 - 16:39 Mesa-redonda sobre Oswald de Andrade PARCERIA LIS & TRAVESSA Se logue para poder enviar comentários
Manual de Redação da CBN
Enviado por Adalberto Muller em qua, 27/11/2013 - 16:41 Lançamento do Manual de Redação da CBN. Com Álvaro Oliveira Filho, Júlio Lubianco e Mariza Tavares Rio de Janeiro - 08/11/2011 PARCERIA LIS & TRAVESSA Se logue para poder enviar...
O caso Herzog – Audálio Dantas
Enviado por Adalberto Muller em qua, 27/11/2013 - 16:45 Bate-papo com Audálio Dantas, autor do livro "As duas guerras de Vlado Herzog". Ed. Civilização Brasileira PARCERIA LIS & TRAVESSA Se logue para poder enviar comentários
Muito Além da Adaptação: Literatura, Cinema e outras Artes
Enviado por Adalberto Muller em qua, 27/11/2013 - 16:47 Lançamento do livro ˜Muito Além da Adaptação", organizado por Adalberto Müller e Julia Scamparini PARCERIA LIS & TRAVESSA Se logue para poder enviar comentários
Os 10 anos da FLIP
Enviado por Adalberto Muller em qua, 27/11/2013 - 16:48 Mesa-redonda sobre os 10 anos da Flip com Zuenir Ventura, Sérgio Augusto e Flávio Moura PARCERIA LIS & TRAVESSA Se logue para poder enviar comentários
Os desafios do transporte na cidade do Rio de Janeiro: Parte 2
Enviado por Adalberto Muller em qua, 27/11/2013 - 16:50 Segunda parte do debate sobre a infra-estrutura de transporte do Rio de Janeiro, visando os grandes eventos que irão ocorrer nos próximos anos. Participações:Altair Ferreira FilhoJosé Eugênio LealCarlos Roberto...
Os desafios do transporte na cidade do Rio de Janeiro: Parte 1
Enviado por Adalberto Muller em qua, 27/11/2013 - 16:53 Primeira parte do debate sobre a infra-estrutura de transporte do Rio de Janeiro, visando os grandes eventos que irão ocorrer nos próximos anos. Participações: Altair Ferreira Filho José Eugênio Leal...
Ana Luisa Amaral : O excesso mais perfeito
O excesso mais perfeito
Queria um poema de respiração tensa
e sem pudor.
Com a elegância redonda das mulheres barrocas
e o avesso todo do arbusto esguio.
Um poema que Rubens invejasse, ao ver,
lá do fundo de três séculos,
o seu corpo magnífico deitado sobre um divã,
e reclinados os braços nus,
só com pulseiras tão (mas tão) preciosas,
e um anjinho de cima,
no seu pequeno nicho feito nuvem,
a resguardá-lo, doce.
Um tal poema queria.
Muito mais tudo que as gregas dignidades
de equilíbrio.
Um poema feito de excessos e dourados,
e todavia muito belo na sua pujança obscura
e mística.
Ah, como eu queria um poema diferente
da pureza do granito, e da pureza do branco,
e da transparência das coisas transparentes.
Um poema exultando na angústia,
um largo rododendro cor de sangue.
Uma alameda inteira de rododendros por onde o vento,
ao passar, parasse deslumbrado
e em desvelo. E ali ficasse, aprisionado ao cântico
das suas pulseiras tão (mas tão)
preciosas.
Nu, de redondas formas, um tal poema queria.
Uma contra-reforma do silêncio.
Música, música, música a preencher-lhe o corpo
e o cabelo entrançado de flores e de serpentes,
e uma fonte de espanto polifónico
a escorrer-lhe dos dedos.
Reclinado em divã forrado de veludo,
a sua nudez redonda e plena
faria grifos e sereias empalidecer.
E aos pobres templos, de linhas tão contidas e tão puras,
tremer de medo só da fulguração
do seu olhar. Dourado.
Música, música, música e a explosão da cor.
Espreitando lá do fundo de três séculos,
um Murillo calado, ao ver que simples eram os seus
anjos
junto dos anjos nus deste poema,
cantando em conjunção com outros
astros louros
salmodias de amor e de perfeito excesso.
Gôngora empalidece, como os grifos,
agora que o contempla.
Esta contra-reforma do silêncio.
A sua mão erguida rumo ao céu, carregada
de nada –
AMARAL, Ana Luísa. As vezes o paraíso (1998). In: Inversos poesia 1990-2010. Lisboa: Dom Quixote, 2010. p. p.295-296.
Ana Luísa Amaral, lisboeta, mas radicada desde os nove anos em Leça da Palmeira, ao Norte de Portugal, é professora associada do Departamento de Estudos Anglo-Americanos da Faculdade de Letras do Porto. Começou a publicar em 1990 (Minha Senhora de Quê) a que se uniram mais nove títulos de poesia, uma Poesia reunida (1990-2005) e o volume com a poesia completa intitulado Inversos poesia (1990-2010), além de dois livros infantis. Com forte reconhecimento de público e de crítica, recebeu, em 2007, pelo livro A Génese do Amor, o Prémio Literário Casino da Póvoa / Correntes d’Escritas e, em junho de 2008, por Entre dois rios e outras noites, o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores – APE). Como tradutora, destacam-se Ponto Ultimo e Outros Poemas (poesia de John Updike), de 2009 e Cem Poemas(poesia de Emily Dickinson), de 2010. Além da excelente recepção em Portugal, seus livros estão traduzidos em diversas línguas e, na Itália, recebeu o Prémio de Poesia Giuseppe Acerbi. No Brasil, publicou A Gênese do Amor, pela editora Gryphus. E autora também, com Ana Gabriela Macedo, do Dicionário de Crítica Feminista, de 2005.
Nota biobibliográfica elaborada por Ida Alves – UFF